Nos últimos dias, a arbitragem se tornou o centro dos debates na programação esportiva. Infelizmente, de forma negativa. A primeira questão envolvendo nossos "homens de preto" é a acusação de que o Fluminense, líder do campeonato, está sendo beneficiado por erros ou omissão da arbitragem. Não acredito que haja um esquema ou acordo para o tricolor se sagrar campeão. O Fluminense é lider por méritos próprios. Investiu pesado na contratação de jogadores e do técnico. Com a folha salarial que possui já deveria ter ocupado os primeiros lugares da tabela há muito tempo. O time não joga bonito (mas quem joga nesse campeonato?), faz o básico para vencer e, assim, vai caminhando a passos largos em direção à taça.
E para melhorar ainda mais a sua vida, conta com a incompetência dos times que poderiam atrapalhar seu caminho. Atlético Mineiro e Grêmio desperdiçam uma chance atrás da outra de se aproximarem do líder. Essa incompetência só aumenta a distância que os separa. Faltando cinco rodadas para o fim do campeonato o Fluminense abriu 8 pontos em relação ao Atlético. Restam 15 pontos a serem disputados, logo, matematicamente falando, o título ainda não está assegurado. No entanto, diante da campanha que os dois times fazem até agora, acho difícil o tricolor deixar escapar o título.
Os tricolores, mais exigentes, reclamam que essa celeuma toda pode manchar o título. E que a imprensa esportiva não está dando o espaço que acham de direito ao Flu. Infelizmente, há profissionais e veículos de comunicação que acreditam só existir 2 times no futebol nacional digno de cobertura: Corinthians e Flamengo. O primeiro ainda não cansou de comemorar o inédito título da Libertadores, enquanto o segundo se arrasta pelo campeonato torcendo para que o ano acabe, o mais rápido possível.
Tricolores, esqueçam a imprensa! Aproveitem essa fase de vitórias. Anseiem pelo título. Exerçam seu orgulho de vestir a camisa tricolor. E quando a taça chegar erga-a bem alto para que todos possam vê-la. Sabe porquê? Quando o campeonato acabar nada disso importará. Daqui há alguns anos, ninguém mais lembrará desse disse-me-disse, no entanto, constará para sempre na história do campeonato brasileiro, que o Fluminense foi o campeão do ano de 2012.
A segunda questão envolve uma antiga discussão de usar ou não recursos tecnológicos no futebol. No jogo Palmeiras x Internacional, o atacante Barcos fez um gol de mão. O juiz não viu e validou. Diante da reclamação insistente dos jogadores colorados resolveu consultar seus auxiliares. Ninguém viu nada. Enquanto isso a tv mostrava claramente a infração do argentino Barcos. Misteriosamente, o juíz voltou atrás e invalidou a jogada.
Pelo posicionamente, juíz e auxiliares não teriam condições de ver a jogada, já que o jogador estava encoberto e o lance foi muito rápido. Então, como o o juíz ficou sabendo da infração? Ele foi avisado por alguém - o principal suspeito é o quarto árbitro - que o replay da transmissão mostrava que o gol havia sido feito com a mão. O jogo prosseguiu e o time paulista perdeu por 2x1.
O problema é que de acordo com o regulamento da CBF não pode haver interferência externa na decisão dos juízes. Também de acordo com o regulamento dessa mesma entidade gol de mão não vale. Qualquer decisão será polêmica e insatisfatória para um dos lados. O Palmeiras entrou com uma ação jurídica solicitando a invalidação da partida. Pretende contratar especialista em leitura labial para comprovar que o juíz foi avisado. O time paulista está desesperado para se livrar do rebaixamento e fará de tudo para isso. Por outro lado, o Internacional ainda tem chances de uma vaga na Libertadores, então, não irá abrir mão de seus 3 pontinhos.
E agora, José? Nada disso aconteceria se as entidades organizadoras do futebol entendessem que já passou da hora de investirem em tecnologia para auxiliar os árbitros dentro de campo. O futebol deixou de ser um esporte amador há anos. Milhões são investidos em reformas de estádios, contratação de jogadores, técnicos, cotas de transmissão de tv, patrocínio etc. E a arbitragem continua amadora. Sim, amadora! No Brasil, juíz de futebol não é profissão. Nossos "homens de preto" apitam por hobbie. Recebem um valor fixo por partida, mas trabalho mesmo somente em outras áreas. Delegado, policial, professor de educação física e por aí. Tanto profissionalismo envolvido e os responsáveis pela mediação das partidas são amadores!
Esse amadorismo, essa falta de preparo só poderia ocasionar em erros grosseiros e infantis que levam o torcedor a pensar em favorecimento de A ou B, em enfraquecer os campeonatos, em gerar instabilidade. A violência nos estádios voltou a impedir o torcedor comum de assistir seu time ao vivo e agora, de casa, pode ver e rever erros que prejudicam ou favorecem seu time. A decisão de uma partida de futebol sempre esteve a cardo dos jogadores,agora, está no apito do juíz. Quem perde com isso? Eu, você, ele, nós torcedores comuns que um dia torcemos para nosso time jogar bem e vencer. Agora, torcemos para o juíz não errar.
2 comentários:
Gilmara: Eu acho que a CBF poderia criar uma rotina dentro do futebol, na primeira divisão: cada gol só seria validado com a confirmação de um árbitro auxiliar que estaria numa cabine exclusiva, com imagens de vários ângulos, e o árbitro em campo receberia um sinal em seu relógio de pulso: "Gol". No caso de haver discordância, a comunicação com a consequente explicação da anulação do gol se daria por microfone, recurso que já é utilizado nas partidas. A dinâmica da partida não seria alterada, já que a cada lance de gol há uma pequena paralisação mesmo e os torcedores poderiam ser avisados do lance ilegal através de comunicação direta do juiz principal através do telão. Simples, não?
Pois é, eu também acho que seria simples e elucidaria muitos casos. Mas, vamos as questões práticas:
1.As imagens transmitidas para esse árbitro auxiliar seriam fornecidas por quem? Pelo canal detentor do direito de transmissão oficial, ok? Mas, lembra ano passado em jogo válido pela Libertadores Vasco x Corinthians, em que o gol de Diego Souza foi anulado por estar impedido. E as imagens da Globo e da Fox divergiam. Isso precisa ficar muito claro no regulamento, bem como onde serão colocadas as câmeras etc.
2.Quanto a dinâmica também acho que não atrapalharia. Mas, fico aqui imaginando o canal responsável pela transmissão (Rede Globo)que encaixa os jogos dentro de sua grade de programação sem pensar no torcedor. Jogos 22h da noite, 16h ou 16h20... Quanto tempo seria destinado a consulta desse material? A Rede Globo não iria aceitar nada que aumentasse 1 minuto sequer a transmissão. Se chega ao ponto de sugerir a CBF a proibir da execução dos hinos estaduais porque atrasa "as partidas"...
É difícil, mas não impossível organizar isso. O importante é elaborar de tal maneira que não haja brecha para irregularidades.
Acredito que o chip na bola, já ajudaria bastante.A profissionalização dos árbitros tem que ser feita urgentemente. E também é preciso revisar o sistema de escalação para as partidas.
Se nós, que somos leigos, pensamos nisso por que os pensadores do futebol não usam seu cérebro para o bem?rs
Postar um comentário