Em sua vitoriosa
primeira passagem pela seleção, Felipão emplacou a "Família Scolari"
apoiado em um começo de trabalho com um grupo cheio de jogadores que já haviam
passado pelas suas mãos. Dez anos depois, o técnico retorna à equipe nacional sem
poder dar a largada com a segurança do mesmo artifício. Já não jogam mais o goleiro Marcos, Ronaldo, Rivaldo, Cafu,
Roberto Carlos, Emerson e o zagueiro Roque Junior. Sua última passagem pelo
Palmeiras não foi boa e daquele grupo não podemos destacar um jogador selecionável.
Desta vez, o máximo de repetição que Scolari pode conseguir em relação a
jogadores é em relação a eventuais aproveitamentos de Ronaldinho e Kaká, nomes
remanescentes da Copa de 2002. Juan está em péssima forma no Internacional
e não me parece ser o ideal para liderar
a nossa zaga contra atacantes jovens e velozes que iremos enfrentar.
Sinceramente eu
gostaria de ver um técnico europeu tomando conta da Seleção Brasileira. Não
agora, faltando pouco tempo para a Copa das federações e da Copa do Mundo. Independente
do resultado dessa Copa, deveríamos começar uma reformulação profunda,
convocando Guardiola ou outro nome qualquer, que passaria a morar no Brasil,
observar e analisar os jogadores que se encaixassem na fórmula moderna de jogar
futebol que vemos nos campos europeus. Desde 1982 que eu não me empolgo com o
futebol apresentado pelas nossas seleções. Foos campeões do mundo depois? Sim,
fomos, mas porque a mediocridade era geral. Hoje, não. Os europeus, inspirados
justamente naquele futebol alegre e vistoso de 82, modificaram radicalmente a
forma de jogarem e tomaram conta do cenário mundial.
Um técnico europeu teria
de ser bancado integralmente pela CBF. Como a CBF é comandada por velhotes que
só pensam em poder e política e não em futebol, acho que dificilmente voltarei
a me empolgar novamente com nossa seleção.
Curiosamente os
técnicos brasileiros foram enfaticamente contra a idéia de importarmos um europeu.
No entanto, eles não sentem o menor problema em irem treinar seleções e clubes
mundo afora. Vanderlei deu errado com o Real Madri e Felipão lá no Chelsea. O
mesmo Felipão, no entanto, se deu bem em Portugal. Joel Santana
se aventurou na África; Parreira treinou várias seleções; Zico tem sua carreira
de técnico toda ela baseada em terras longínquas e de pouca tradição futebolística.
Abel Braga ganhou muitos petrodólares e fama. Nenhum deles se sentiu desconfortável
em embolsar a grana e fama.
A seleção de basquete
tem técnico argentino e tivemos novo alento nas participações mundiais. O Nível
de nossa ginástica cresceu muito quando passamos a trabalhar com técnicos
europeus. Não quero dizer que os técnicos brasileiros são incompetentes mas
acho que estão defasados, acomodados todos no medo de garantir seu emprego. Enchem
o meio campo de brucutus que só sabem distribuir pontapés nas canelas adversárias.
A primeira lei de seus times é “parar o jogo”, entendendo-se por isso o uso
sistemático e repetitivo de faltas, a maioria delas grosseiras. Quando
conseguem fazer um gol, o time todo posta-se em retranca ferrenha, para “garantir
a vitória”. Triste vitória. Magra, magérrima. Futebol? É um mero detalhe.
Seremos campeões? Ou vamos
perder mais uma copa em casa? Das grandes seleções, só o Brasil não conseguiu
ser campeão em casa. Em
50 éramos francos favoritos. Em 2014 seremos zebra. Sinceramente não estou
animado... e vcs?