quinta-feira, 28 de junho de 2012

Salve Geral

Os moradores de São Paulo sofrem, nos últimos dias, com agressões a unidades polícias e coletivos. Infelizmente, esse ataques ainda não repercutiram na impresa como deveriam. O noticiário esteve concentrado nas realização da Rio+20, na crise política do Paraguai e no Corinthians. As autoridades ainda não prenderem nenhum envolvido e evitam se pronunciar, enquanto isso 4 policiais já foram mortos.
O estado de São Paulo parece viver numa espécie de transe a espera da Final da Libertadores. Para os corintianos nada é mais importante, nesse momento, do que ver seu time realizar o grande sonho e levar a taça para o Parque São Jorge. Os demais torcedores concentram todas as suas energias na derrota do rival. Talvez, isso justifique o descaso com que esses ataques estão sendo tratados.
Parte da população já sofre com as consequências do vandalismo nos ônibus, já que as empresas para evitarem perdas em seu patrimônio reduziram suas frotas, à noite, período em que os ataques estão sendo realizados. Voltar para casa está cada vez mais difícil. E a polícia responsável pela segurança de todos os cidadãos precisa cuidar de si, antes de mais nada.
Infelizmente, isso não é novidade ou alguém esqueceu do que aconteceu, em 2006, quando o Primeiro Comando da Capital (PCC) orquestrou uma série de atentados às forças de segurança, transportes e bens públicos. O movimento ganhou adesão em outras cidades. Foram dias e noites de terror, em que o medo tomou conta da cidade.
A impressa noticiou, na época, que os ataques só tiveram fim graças a um acordo do governo de São Paulo e o PCC. A partir do momento em que suas exigências foram cumpridas o líder do movimento ordenou o fim dos ataques. Obviamente, todos os representante do governo negaram o acordo, mas é, no mínimo, suspeito que os ataques tenham cessados sumariamente quando davam sinais de extremo poder. Essa história serviu de mote para o filme "Salve Geral", produção de 2010 que aborda a organização do movimento dentro dos presídios e os dias de pânico que se seguiram. O filme foi muito bem recebido pela crítica nacional e internacional e foi nosso representante na seleção de melhor filme estrangeiro do Oscar. Infelizmente, não levou a estatueta, contudo merece ser visto e revisto diante do que parece ser uma reprise dos acontecimentos.
 

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