Meus amigos, o texto de hoje não é meu. Mas poderia ser. Resume muito bem o que acho sobre o momento do time. Por questões profissionais, voava de Brasília ao Rio exatamente na hora do jogo. O Gabriel Machado, grande amigo, e advogado que ajuizou comigo a ação pela volta do pó-de-arroz, quebrou meu galho de falar sobre o jogo. Ficou muito bom. Volto nos “curtas”.
Abraços tricolores.
“Dos 15 gols feitos pelo Fluminense neste campeonato brasileiro, apenas 5 saíram com a bola rolando.
Dos 5 gols que não resultaram de bola parada, apenas 2 nasceram de jogadas que podem ser consideradas trabalhadas, o gol contra o Cruzeiro – considerando, com boa vontade o voleio errado do Kenedy parte de uma jogada trabalhada – e o gol do Samuel contra o Atlético Paranaense.
Os demais gols com a bola rolando resultaram ou de chutes inesperados de fora da área ou daquele abafa de final de jogo.
O que esses números isso significam e evidenciam? Que o Fluminense tem sido um time absolutamente inofensivo e burocrático.
Foi exatamente esse Fluminense inofensivo que entrou em campo hoje, com a nova formação em losango adotada pelo Luxemburgo.
Muda-se a formação tática, mantém-se a inofensividade do time.
Essa característica recorrente de pensar no gol como um detalhe resulta muito mais dos jogadores que entram em campo do que da formação tática propriamente dita.
Ainda antes do início do jogo de hoje, notei a manutenção de uma incoerência: no nosso losango, Felipe joga pela esquerda, tendo que voltar pra marcar, e Wagner centralizado, como meia de ligação, “livre” para criar jogadas.
Sinceramente, não vejo qualquer sentido em se escalar como homem de ligação um jogador que cobraria um pênalti rolando a bola para trás. Esse jogador é o Wagner, o supra-sumo da burocracia. Felipe pode até ter outros defeitos, mas ao contrário do Wagner, gosta da bola e pensa no gol, pensa no passe diferente, vertical.
Deixar Felipe longe do gol e com a incumbência de marcar, e manter o Wagner como meia de ligação não faz sentido algum. A única coisa que Wagner faz melhor que Felipe é correr – para marcar.
Foi um primeiro tempo de doer, como eu – e todos os tricolores – já esperava.
O gol do Vitória sai de um bico pro alto do Edinho. A bola volta para a defesa do Fluminense e cai no pé do Felipe – escalado na posição errada – que erra o passe. Ato contínuo, Leandro Euzébio corre para o mesmo lado do Gum e convida o anão a passar pela avenida que se abre dentro da área. O anão recebe sozinho e completa pro gol.
Desse lance surge outra evidência: nosso trio de sustentação defensiva é um desastre. Gum, Leandro Euzébio e Edinho juntos são a garantia de uma saída de bola sofrível e uma marcação frouxa.
Com esse trio e Wagner na “criação” das jogadas, teremos, inevitavelmente, um time camarada, gente boa, parceiro do adversário, e bota parceiro nisso. Não joga e deixa jogar. Entrega a bola pro adversário e convida pra fazer o gol.
Ao que parece, nosso treinador percebeu isso.
No segundo tempo, essa fórmula do insucesso foi quebrada.
As mexidas do Luxemburgo sinalizam o que boa parte da torcida está querendo dizer:
“Eu acredito é na rapaziada”.
Kenedy e Eduardo trouxeram de volta a vontade de vencer, a intensidade que o Fluminense precisa ter se não quiser nos fazer sofrer até o final do ano.
Edinho finalmente deixou de jogar improvisado e voltou à sua posição.
Diguinho, com todos os defeitos – ao menos não joga de calça jeans como Edinho -, entrou bem e contribuiu para uma maior mobilidade no meio de campo.
O time mudou, quis vencer e por pouco não venceu.
O time é esse. Entra em campo quem quer vencer, quem tem a audácia de tentar.
O Fluminense que vai sair do marasmo é o da garotada – aliada aos nossos jogadores chave, é claro.
Que Kenedy jogue cada vez mais, que Eduardo tome a vaga do Wagner. Que Julião seja mantido como titular. Que subam imediatamente o garoto Robert. Xerém já é pouco para ele.
Que esses garotos, acostumados a bater no Flamengo, estejam em campo Domingo no Fla x Flu para nos brindar com a vitória com a nossa cara, uma vitória que vai nos recolocar no caminho certo”.
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