quinta-feira, 24 de maio de 2012

A falta que ele me faz

 O Vasco despediu-se ontem da Libertadores após perder para o Corinthians em São Paulo. O gol da vitória corinthiana foi marcado aos 42 minutos do segundo tempo. Em boa cobrança de escanteio de Alex o volante Paulinho pulou sozinho e cabeceou para o fundo da rede sem chances de defesa para Fernando Prass. O Vasco até que tentou, contudo, não havia mais tempo para nada. Fim de jogo. Fim do sonho do bi-campeonato.

Os dois jogos foram muito truncados com as equipes temendo sofrer gol. Foi assim desde o jogo de ida que terminou 0 x 0. Nos 180 minutos, quem mais atuou foi o sistema defensivo.  Não teve um jogador sequer que não tenha se dedicado a marcar, correr, brigar. Não hovia bola perdida. Era muita vontade e pouca criativadade. O velho medo de sofrer um contra-ataque. O jogo caminhava para ser decidido nos detalhes. Um erro aqui, outro lá. E o vencedor iria aparecer. 

E assim foi. No início do segundo tempo, a defesa do Corinthians falhou, a bola sobrou para Diego Souza que cara a cara com o goleiro perdeu um gol feito! Os boleiros de plantão dirão " a bola pune". Para mim, o que pune é a incompetência. O Vasco foi punido com a incompetência de seu jogador.

Não é a primeira (tenho sérias dúvidas de que seja a última) que o volante nos deixa na mão. Foi assim, na primeira fase da Libertadores, em sua expulsão no jogo contra o Libertad. Se voltarmos um pouco mais, teremos mais um gol importante perdido, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro 2011. Não adianta lamentar. Tivemos nossa oportunidade e não aproveitamos. E aí, como previsto, chegou a vez da defesa carioca falhar e deixar por um segundo Paulinho sozinho. Com competência anotou o gol e depois foi só correr para os braços da torcida.

O Vasco sentiu demais a ausência de seu zagueiro, Dedé, que contundido não atua há mais de 1 mês. Desculpe-me Eder Luis, Juninho, Fernando Prass etc., mas Dedé é o jogador mais importante do elenco. Com ele em campo não é só sistema defensivo que ganha. O time todo parece contaminado por seu talento. A torcida engrandece ainda mais. O sentimento não para. Quando de sua ausência há um vazio a ser preenchido. Esse vazio esteve latente ontem. Ninguém conseguiu preenchê-lo. Seria injusto não reconhecer a vontade dos demais jogadores que estiveram em campo. Mas, paira aquela perguntinha no ar: será que com o Dedé poderia ter sido diferente?

Não sei se ele estampará a cruz de malta no peito por muito tempo. Será difícil resistir as propostas do futebol europeu. O que será do Vasco quando sua ausência for definitiva? Clube e torcida precisam se preparar para esse momento. O lugar que ocupa no coração dos torcedores é dele e ninguém tasca. Contundo, dentro de campo é necessário contratar alguém a sua altura. Ficar a mercê da instabilidade de Rodolfo e do voluntariarismo de Renata Silva não dá.

A Libertadores acabou. O ano não. Há um campeonato brasileiro disputadíssimo pela frente. Se quisermos brigar pelo título e pelo retorno breve a Libertadores precisamos nos reforçar. Não fará mal a ninguém um atacante que saiba dominar a bola e fazer gol com regularidade, um lateral que saiba cruzar ou um armador que não viva de rompantes.

Espero que o Vasco tenha apreendido que não basta só se classificar é preciso se preparar para ganhar a Libertadores. Para isso, não podemos ficar tanto tempo de fora. A regularidade nos dará experiência e, assim, a taça voltará para São Januário.



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