Eu detesto essa história de heroismo
em esportes coletivos. O futebol,
principalmente, tem mania de eleger os heróis da partida. Esse posto geralmente
é ocupado pelos atacantes. Em esportes
coletivos todo mundo tem a mesma importância no jogo. É impossível, por
exemplo no vôlei, o cara sacar, correr para bloquear, defender, levantar e
atacar na mesma jogada. Outros agentes serão necessários, mas se foi
ele o responsável pelo ponto o mérito é todo seu. No futebol, então, a
narração muitas vezes omite o nome do jogador que roubou a bola que deu início
a jogada. Tudo gira em torno de quem deu o passe e quem fez o gol. Em outros
momentos, como na disputa de pênaltis, o astro é o goleiro. E por aí vai, o
heroísmo passando de mão em mão.
Didier Drogbar, foi eleito o
herói da final da Liga dos Campeões. Autor do gol de empate e do último pênalti
das cobranças alternadas, sem dúvida, o marfinense foi o nome do
jogo. Empatou a partida, já nos minutos finais, numa cabeçada fulminante levando
o jogo para a prorrogação. Na primeira etapa do tempo extra, quase coloca tudo a
perder ao cometer um pênalti infantil. Para sua sorte Petr Cech pegou a
cobrança mal feita do holandês Robben. Como o jogo permaneceu empatado, na disputa de pênaltis, o Chelsea foi mais competente e sagrou-se campeão, pela primeira vez, para deleite de sua torcida.
Ao final da partida, o marfinense
se despediu de seus companheiros ao anunciar sua saída após 8
temporadas. Especulações afirmam que está se transferindo para o futebol
chinês. Em seu discurso de despedida afirmou que após tanto tempo de Chelsea
estava na hora de novos desafios. A verdade é que com 34 anos e sem muitas expectativas com a
Seleção de seu país talvez esteja pensando na
seguridade financeira. No que está certíssimo.
Drogba mostrou, mais uma vez, seu talento. Estava no lugar certo, na
hora certa e teve competência para exercer seu papel: fazer gol. Entrou para história da Liga dos Campeões e, sobretudo, para a história do Chelsea. Seu feito será lembrando por gerações e gerações de torcedores, contudo, não podemos esquecer dos demais jogadores que também ajudaram a construir essa história.
O gol do brasileiro Ramires contra o Barcelona, as atuações seguras de Meireles, o bloqueio de David Luiz e a frieza de Petr Cech foram fundamentais para a conquista inédita. Infelizmente, não pude acompanhar todos os jogos da equipe para citar mais personagens, no entanto, basta esses para ilustrar que Drogba está muito bem acompanhado na calçada da fama.