quinta-feira, 15 de março de 2012

O IRRESPONSÁVEL



Em sua melhor exibição na Libertadores, o Vasco vencia por 1 a 0 o Libertad do Paraguai com um gol de Diego Souza. Controlávamos a partida com grandes possibilidades de ampliar o placar e dividirmos a liderança com o time paraguaio.  A equipe mostrava-se mais segura e leve como reflexo das mudanças feitas por Cristovão Borges que trocou o péssimo Rodolfo pelo voluntarioso Renato Silva e escalou William Barbio no ataque. O fim de noite caminhava para o reencontro da equipe com as boas atuações do ano passado.

Mas, Diego Souza resolveu entrar em ação. Não bastava ter feito o gol precisava brilhar negativamente. Já no final do primeiro tempo, o jogador resolveu retardar a cobrança de um escanteio tentando uma tabelinha curta inútil com Felipe, reclamando do posicionamento dos jogadores adversários.

Fim do primeiro tempo. Ele deu uma entrevista esclarecendo que o time havia recuado após gol em função da extensão do campo a fim de evitar o desgaste para na parte final tentar liquidar a partida. Uma explicação até coerente. No entanto, essa coerência parecer ter ficado no vestiário. Em sua primeira jogada, sofreu uma falta dura que merecia, no mínimo, um cartão amarelo. O árbitro só marcou a falta, a infração foi convertida e na seqüência da jogada Diego ficou frente a frente com seu algoz. Com a bola dominada ele tinha três opções: um cruzamento, uma tabela ou uma jogada individual.

Nada disso era importante para ele. O que queria mesmo era se vingar. Em segundos, virou o corpo posicionando-se de costas para seu marcador e desferiu uma cotovelada no rapaz.  Gratuitamente. Como não pegou em cheio tentou argumentar que havia feito um movimento com o ombro para se proteger. O juiz não conversou e o expulsou. O que vimos a seguir foi o show de despreparo de um atleta que se diz profissional. A novela de sempre. Primeiro a negação (“não fiz nada”, “fui na bola” etc.) depois a recusa em sair do campo. A diferença foi o toque pessoal que deu a cena, ao revidar a agressão da torcida, atirando uma garrafa de plástico num torcedor.

O jogo que era nosso virou deles. Antes se pressionássemos um pouquinho mais conseguiríamos aumentar o placar. Depois se eles pressionassem um pouquinho o empate seria questão de tempo. E não demorou muito para isso acontecer.

A atitude destemperada de Diego Souza prejudicou demais o time. Criou um clima hostil dentro de campo e com a torcida adversária, além de destruir todo o esquema tático. Com sua saída o jogo acabou não só para ele, mas, principalmente, para o Vasco. Virou um ataque contra defesa. Diego Souza faltou com respeito a seus colegas, que faziam uma bela partida e mereciam a vitória, com a comissão técnica que precisou remodelar toda a estratégia e, principalmente, com a torcida que foi obrigada a ver uma exibição menor de seu time.

Diante de tamanha irresponsabilidade do jogador medidas disciplinares precisam ser tomadas. E cabe a ele um pedido de desculpas formal a seus colegas de trabalho e a torcida. No entanto, palavras não bastam. Para apagar sua atitude, da noite passada, será preciso jogar muita bola para nos compensar.


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