quinta-feira, 27 de junho de 2013

O despertar de uma nação

As manifestações das últimas semanas em todo o país ainda repercutem. Analistas políticos, mídia, políticos, e autoridades ainda tentam entender o que está acontecendo. Muitos acusam o movimento de não ter foco, em função das revindicações variadas e tentam questionar a validade do movimento.Vivemos numa sociedade multifacetada, em que realizamos várias tarefas ao mesmo tempo, temos vários interesses. Características próprias da contemporaneidade, então porque seria diferente com um movimento popular? Por quê deveríamos nos concentrar numa pauta de cada vez? 

O que motivou milhares de pessoas em cantos tão distintos do país para ganharem a rua não foi um motivo pontual. Foi uma insatisfação latente com o rumo que o Brasil está tomando. Há anos deixamos de ser o país do futuro, visto que o futuro chegou. Então, até quando conviveremos com uma saúde e educação pública precárias, com políticos corruptos, com tanta desigualdade social que permite que num mesmo Estado haja lugares tão distintos como Leblon e Japeri?

A redução da tarifa dos transportes, a anulação da PEC 37 e o fim da corrupção política são pedidos em comum. Os dois primeiros já foram atendidos. E o terceiro ganhou concretude ontem com a aprovação de  um projeto de lei pelo Senado que pretende tornar a corrupção um crime hediondo.

O Rio de Janeiro é a cidade, até o momento, que mais mobilizou pessoas. Acredito que alguns acontecimento recentes foram a gota d'água para os cariocas. A agressão física do prefeito Eduardo Paes, a um cidadão após receber duras críticas a seu governo. O aumento da tarifa dos transportes públicos, sobretudo, do ônibus. E os mandos e desmandos do prefeito na rotina da cidade para a Copa das Confederações. Isso tudo aliado ao fato de que sediaremos mais dois grandes eventos esportivos: Copa do Mundo e Olimpíadas, bem como a Jornada Mundial da Juventude foram o estopim para explodir uma onde de insatisfação. 

O carioca está sitiado em sua cidade. A sensação é de que nós tiraram de nossa casa para arrumá-la para a chegada de uma visita super importante, mas até do que o morador da casa, seu verdadeiro dono. Ninguém nos perguntou se queríamos recebê-la. Ninguém nos explicou o que seria preciso fazer para agradá-la e muito menos o quanto iríamos gastar com sua estada. Enfim, cansamos de ser expectadores.

Deve ser assustador para algumas pessoas, que faturam muito com a situação, assistir a população deixar de lado desejos pessoais para lutar por causas coletivas. Deve ser assustador para os políticos serem rejeitados sumariamente. Deve ser assustador para a mídia perceber que as redes sociais também servem para informar. É assustadoramente maravilhoso para a sociedade compreender o poder que possui. 

Torço para que esse ímpeto seja mantido para sempre. Que nos motive a acompanhar a vida política como  ao Campeonato Brasileiro de Futebol. Que nos faça refletir sobre qualquer ação que possa ser permissiva com qualquer forma de corrupção da carteirinha falsificada até o desvio de verbas. Que nos mobilize constantemente a lutar por nossos direitos. Que nos ensine o significado de cidadania.

Acabou a farra, o povo voltou!


terça-feira, 25 de junho de 2013

O Artista


Sinopse:

Na Hollywood de 1927, o astro do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin) começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento. Enquanto isso, a bela Peppy Miller (Bérénice Bejo), jovem dançarina por quem ele se sente atraído, recebe uma oportunidade e tanto para traballhar no segmento. Será o fim de sua carreira e de uma paixão?

Crítica:

A ideia não é nova (fazer um filme mudo), mas quem pensou em fazer isso em tempos de filmes coloridos e sonoros? O Artista recria toda a magia dos antigos filmes mudos e nos dá uma lição de que é preciso se adaptar aos novos tempos. Nosso astro, George Valentin, não acredita que filmes com som vá fazer sucesso e que nunca será esquecido. Ele acaba se tornando um artista “obsoleto” e não sabe como fazer para se adaptar aos novos tempos. Quem está no topo hoje pode não estar amanhã caso não queira dar ouvidos as novas ideias.


Nota do filme: 9,0


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Como assim não conseguem entender?


Ultimamente estamos sendo bombardeados com informações sobre as manifestações que acontecem no nosso país. Basta chegarmos em casa e ligarmos a TV para assistirmos milhares e centenas de imagens e opiniões sobre o movimento “vem pra rua”, que é como eu gosto de chamá-lo. O que me chamou atenção foi o que alguns colunistas andaram escrevendo sobre as manifestações. A grande maioria diz “não entender” o que a população exige nas passeatas. Como assim não conseguem entender?

            Será que esses colunistas vivem em marte? Não será possível que não conseguem compreender que a passeata vai muito mais além de 0,20 centavos? Estamos indo para as ruas para protestar contra o aumento de 0,20 centavos na passagem, mas também estamos protestando contra o péssimo sistema de transporte urbano, contra a corrupção, contra a situação dos nossos hospitais, das nossas escolas e do nosso salário mínimo baixíssimo.


            Essas pessoas não conseguem compreender isso por que não andam de ônibus, não precisam buscar atendimento médico através do SUS, nunca estudaram em escolas e colégios públicos. Assim realmente não dá pra entender o que os manifestantes exigem. Esses “burros” que não compreendem do que se trata a manifestação só irá um dia se manifestar quando houver um aumento absurdo dos impostos, a gasolina subir a níveis exorbitantes de valor, o preço do plano de saúde triplicar de três em três meses. Aí sim esse povo irá às ruas se manifestar e nós, pobres usuários dos serviços públicos, talvez não iremos compreender o que levaram toda essa turma engravatada as ruas.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O povo está unido/sem sigla e sem partido!







Essas passeatas orquestradas por jovens estão me deixando alegre e orgulhoso dessa nova geração, e confiante num futuro melhor para meus filhos e netos. Começou simples. Quase ninguém notou quando um grupo de estudantes  criou o Movimento pelo passe Livre. 
MPL.
Aos poucos, o movimento foi crescendo, crescendo, a indignação de todos foi reunida nesse cadinho e hoje temos uma explosão de manifestações  exigindo a mudança política em nosso país!

E desde o início, esse foi um movimento popular, e apartidário! Disseminou-se e propagou-se com o uso de uma ferramenta tão jovem e apartidária como esses estudantes o são: a Internet.... o Facebook.

Em torno de uma pequena reivindicação, que era a diminuição das passagens de ônibus, juntou-se todo tipo de reclamação contra os atos e privilégios dos políticos brasileiros. E sabem por que os jovens gritam contra os privilégios dos políticos? Porque são incapazes de chegar a qualquer acordo no interesse do país. Porque só sabem defender seus próprios interesses e de seus partidos, assim como de suas religiões, como uma corporação que se apossou do Estado e o usa em seu benefício.

Nas ruas estamos griando contra os gastos e as roubalheiras da copa do mundo, que vai consumir bilhões de reais e o povo vai ver pela televisão, enquanto os velhos políticos e as novas elites da era Lula estarão lado a lado na tribuna dos privilegiados.

As antigas militâncias rebeldes (UNE, CUT), hoje amestradas e pagas, babam de inveja diante da tv... velhos partidos tentam pegar carona no movimento e são escorraçados.

“O povo está unido/ sem sigla e sem partido!”

terça-feira, 18 de junho de 2013

Um divã para dois


Sinopse:

Kay (Meryl Streep) e Arnold Soames (Tommy Lee Jones) estão casados há 30 anos. O relacionamento entre eles caiu na rotina e há tempos não tem algum tipo de romantismo. Querendo mudar a situação, Kay agenda para ambos um fim de semana de aconselhamento com o dr. Feld (Steve Carell), que passa a lhes dar conselhos sobre como reavivar a chama da paixão.

Crítica:

Podemos considerar o filme Um divã para dois um American Pie para adultos. Não fiquem achando que se trata de uma comédia boba, com piadinhas a lá adolescente americano, trata-se de um filme com situações constrangedoras para adultos que beiram a terceira idade. Situações que não deveriam ser constrangedoras, mas que acabam sendo quando os casais perdem a intimidade. Falar sobre a última vez que se abraçaram e a última vez que fizeram sexo torna-se algo muito difícil para o casal do filme. Muito bom e engraçado, vale a pena assistir.


Nota do filme: 7,0

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Contra o aumento da passagem


Até parece que o Rio de Janeiro leu o último post que publiquei aqui no blog e resolveu se manifestar contra o aumento da passagem de ônibus. Depois de fazer duras críticas quanto a passividade do povo Carioca, eis que todos resolveram acordar e ir as ruas se manifestar contra mais um aumento absurdo no valor da nossa passagem. Acho válida essa manifestação ocorrer justamente nos jogos da Copa das Confederações. Nada mais justo que alertar o mundo sobre as coisas que não andam muito bem por aqui.

            E não só os Cariocas e Paulistas resolveram se manifestar: os Candangos e os Mineiros resolveram ir as ruas também. As reivindicações são diversas: mais educação, saúde, qualidade do transporte, etc. Ninguém pede o impossível, nada que não possa ser atendido pelos nossos prefeitos  governadores. Queremos simplesmente o básico.

            O batalhão de choque, como sempre, agindo com muita truculência e violência para cima dos manifestantes. Houve casos em que a polícia chegou a um acordo sobre o local da manifestação, onde poderiam e onde não poderiam permanecer para se manifestar, porém faltou diálogo entre as polícias e o batalhão de choque já chegou baixando a porrada na população. E digo aqui que violência gera violência. Se a polícia responde com violência, os manifestantes respondem com violência também.


            Peço encarecidamente que ambas as partes, policiais e manifestantes, evitem ao máximo a violência. Devemos sempre buscar uma forma de se manifestar sem agredir o próximo ou depredar o patrimônio público. A polícia deve buscar sempre o diálogo para evitar ao máximo os confrontos. Peço também para a população um pouco de paciência quanto as manifestações. Eu sei que ela atrapalha a nossa volta pra casa, mas é para o nosso próprio bem. Se não reclamarmos sobre o aumento da tarifa do transporte público, nada mudará. Temos que mostrar nossa insatisfação nas ruas e principalmente nas urnas.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Nosso tempo é hoje!

Saudações tricolores. Meu post de hoje é a reprodução do blog do torcedor Flupress, de Gustavo Albuquerque publicado no Globo.com



Na coluna posterior ao jogo heróico contra o Goiás pedi cautela.
Cautela, porque uma partida pode sim ser vencida daquela forma, naquelas circunstâncias. O futebol tem mesmo dessas coisas e jogos como aquele ainda irão pipocar aqui e ali, fazendo com que os torcedores se extasiem num sentimento inexplicável.
Mas não há campeonato de pontos corridos que se vença daquele jeito.
Nossas duas últimas conquistas foram forjadas no pragmatismo. Tínhamos planos de jogo definidos, boas peças de reposição e jogadores que desequilibravam jogo sim, jogo também.
O Fluminense deste ano tem tudo para brigar pelo título. Tem time para isso, tem treinador campeão e goza do respeito por parte de seus adversários.
Mas pode perder tudo em razão de outro pragmatismo.
Não estou maluco. Pragmatismos diferentes.
A lógica do futebol é diferente da lógica do que chamam por aí de “o mercado”.
O pragmatismo que reina aqui não reina lá, por mais paradoxal que isso pareça.
Digo isso porque tenho acompanhado com atenção o que dizem nas redes sociais alguns tricolores com acesso às decisões políticas e estratégicas do clube.
Há um certo encantamento pelos conceitos de gestão do tal mercado. É “player” para cá, “stakeholder” para lá e sem perceber parece que estamos diante de grandes ideias a serem aplicadas numa empresa que desponta como a nova panaceia para o mercado de entretenimento desportivo do país.
Não, não…
Não é nada disso.
Perdoem-me a ironia.
O Fluminense é um clube centenário, e existe em função de sua torcida, alimentada por títulos, alcançados pela competência no âmbito desportivo. O Fluminense é, no frigir dos ovos, um sentimento. Uma força abstrata, uma energia inquebrantável que – isso é verdade – precisa de organização, método e competência para seguir adiante.
Mas o fim, a finalidade, do nosso clube não é a mesma dessas empresas de mercado que às vezes socorrem nossa administração em seus conceitos.
Não concebo uma força como o Fluminense criar qualquer estratégia que não seja se organizar para vencer tudo o que disputar e ter cada campeonato de futebol como meta de curto prazo.
Tenho absoluta convicção de que muitos dos que se agarram ao pragmatismo de mercado, e que eventualmente estejam lendo essas linhas, estejam também me ridicularizando. E é possível que, na melhor das hipóteses, me julguem um camarada sem argumentos sólidos, talvez um sonhador (sonhar é quase pecado no mundo corporativo…)
Mas peguemos o caso do Carlinhos, como exemplo.
É consenso na cúpula tricolor que os valores provenientes de sua venda não justificariam a liberação de um atleta cuja reposição em mesmo nível seria muito improvável.
Também é consenso que sob o ponto de vista legal não há nada que obrigue o Fluminense a vendê-lo por qualquer valor abaixo da multa rescisória que, sabemos, é estipulada exatamente para inviabilizar as transferências.
O ponto de dúvida em nossa diretoria sobre a venda é muito pertinente para os operadores de “mercado”: grande parte dos direitos do Carlinhos está na mão de “parceiros”, ou, em bom futebolês, essa galera que adquire jogador e o coloca no clube a espera que sua valorização encha seus bolsos com a venda de seu atleta, ou, para ficar melhor, seu “ativo”.
Temem que segurá-lo, a contra gosto dos “investidores” possa criar ambiente comercialmente ruim para futuras “parcerias”.
Na Coca-Cola, no Itaú, na Sul América ou na minha consultoria eu reputo essa estratégia como algo pragmaticamente eficiente para a manutenção do bom ambiente negocial.
Mas como já expûs, no futebol o pragmatismo é outro, e quase sempre está ligado à bola na rede adversária.
Abro uma pausa para dizer que muito me orgulha ter ajudado a colocar com meu voto essa equipe que lá está, alicerçada pelo bom grupo político que sustenta todas as operações do clube.
Tem que trazer gestão profissional, sim; vez ou outra tem que aplicar regras de “mercado”, sim; quase sempre tem que ter calma e frieza para negociar e isso pode implicar em cessões indesejadas, sim.
Mas a regra no futebol passa – também com um sonoro SIM – por alguma paixão.
Não quero meu clube dirigido como uma empresa. Não vendemos nada, não distribuimos bonûs aos acionistas, não oscilamos de valor em bolsa de valores.
Nossos dividendos são outros. E são inexplicáveis, quase sempre imortalizados em abraços de punho cerrado e gritos de guerra que, ao meio dia na Avenida Rio Branco, não fariam fazer sentido algum.
O Fluminense que o Peter já começou a reconstruir tem tudo para ser de novo exemplo de excelência em gestão esportiva que já foi em outros tempos.
Temperar melhor a rigidez e o empolamento dos que acreditam ter os melhores caminhos, já trilhados em seus MBAs e boas práticas de governança, com a busca concreta por vitórias e títulos todo dia, me parece ser um desafio importante.
A lógica pragmatica do mercado tem que saber conviver com as regras que não se medem por cifras do futebol.
O Fluminense vive um momento único em sua história. Toda vitória é para ontem, porque atualmente todo título é possível.
E meus amigos, atualmente não é para sempre.
A hora é agora, nosso tempo é hoje.
Não desfaçam nossa espinha dorsal. Jogadores como Cavalieri, Gum, Carlinhos, Jean, Sóbis e Fred são inegociáveis.
E o serão até que ORGANIZADAMENTE tenhamos possibilidade de restruturar nosso elenco.
Negociá-los – principalmente sob a alegação de que “temos que cuidar dos interesses de nossos parceiros” é contribuir sensivelmente para transformar nossa condição de favorito em franco atirador.
E aí, além de nossos queridos “parceiros”, quem ganharia com isso eu não saberia dizer.
Querem mais “stakeholders”? Com mais visibiliadde eles vem. E quem a traz não são os “tomaladacás” paroquiais das negociações de ocasião.
São mais e mais e mais e mais CONQUISTAS.
Vamos, acima de tudo, continuar vencendo, Fluminense.
Abraços tricolores
CURTAS
- Aos que não se amarram nesse tipo de post, eu peço compreensão. De alguma forma isso aqui se presta a representar a voz da torcida. Neste momento acho que posso contribuir mais assim do que criticando os jogadores pelo péssimo futebol mostrado ontem.
- Samuel, Denilson, Biro Biro, Eduardo, Fábio e mais um banco repleto de meninos. A molecada pode ser boa, mas a oscilação faz parte nessa idade de formação do jogador. É impossível achar que um time cascudo como o nosso pode absorver tanto garoto de uma vez sem que haja significativa perda de desempenho coletivo.
- Foi só elogiar o Diguinho… Ontem não jogou nada. Assim como todo o time. Um verdadeiro circo dos horrores a partida de ontem.
- O Biro Biro não agüenta o tranco com zagueiro mais forte. Devem estar fazendo trabalho de reforço muscular. Caso contrário, não vai dar caldo.
- SampaFlu fez bonito ontem. Vários amigos filmados pela câmera da Globo.
- Peter em Brasília correndo atrás de apoio político para neutralizar a imoral medida tomada pela PFN e seus procuradores rubro-negros. Foi recebido no Planalto e na cúpula da AGU. Tenho plena confiança que a situação será resolvida. E fico confortável em saber que tem gente lutando de verdade por nossos interesses.
- Quando o Rodrigo Caetano vai transformar o “precisamos vender” em “precisamos reforçar”? Esperamos de alguém em sua posição mente permanentemente voltada para reforçar o time. Para vender, não precisamos de um gerente de futebol, um leiloeiro resolve.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Começando

Depois de 5 rodadas do Campeonato Brasileiro está difícil identificar um time com cara de campeão. Sei que está muito cedo para se pensar nisso numa competição de pontos corridos que muita coisa ainda pode acontecer, sobretudo, porque teremos mais uma janela de transferência e muitos jogadores vão sair e outros tantos chegaram. Contudo, a instabilidade das equipes causa surpresa.

O Atlético Mineiro, única equipe brasileira na Libertadores, amarga a 18. posição na tabela com 1 vitória, 3 derrotas e 1 empate. Nem mesmo o foco na competição sulamericana justifica esse rendimento pífio. O Fluminense, atual campeão, se mantém no G-4 sem convencer. O Cruzeiro, time que mais contratou para essa temporada, carece de entrosamento. Grêmio e São Paulo são exemplos de instabilidades. O time de Vanderlei Luxemburgo, um dos favoritos na Libertadores, deixou a competição precocemente. Não chegou sequer a final do Gauchão e também não transmite confiança a seu torcedor. O tricolor paulista está perdido. Ney Franco, Luís Fabiano e Lúcio estão fazendo hora extra no clube. O Internacional desde o ano passado não convence. A equipe de Dunga tinha tudo para começar arrasando. Ganhou fácil o Gauchão, não disputava Libertadores e tinha adversários supostamente mais fracos (Criciúma, Bahia, Vitória e Portuguesa) nas primeiras rodadas. De 15 pontos disputados só ganhou 6. Outra decepção é o Corinthians. Parece não ter se recuperado da eliminação da Libertadores. Só venceu uma até agora. E pior é que manteve praticamente a mesma equipe campeã mundial, no entanto, o sistema de Tite dá a impressão de que não funciona mais. Senão voltar a jogar bola, urgentemente, vai fazer figuração no campeonato. 

Criciúma, Vitória, Goiás e Atlético-PR, egressos da série-b e teoricamente equipes mais fracas, a exceção do esmeraldino têm tido bom desempenho. Ganhar do tigre catarinense em casa não é tarefa fácil. E essa força pode ser determinante para sua permanência na séria-a. O rubro-nego baiano ocupa uma surpreendente 2. colocação na tabela, com 3 vitórias. Não acredito que Caio Júnior conseguirá manter essa pegada por muito tempo. No entanto, essa "gordura" de início pode ser fundamental para a sua manutenção no resto do campeonato. O Atlético-PR está desenvolvendo um trabalho de renovação muito interessante capitaneado por Antônio Lopes. A ideia do dirigente é aproveitar o campeonato para dar experiência a garotada. Uma excelente opção para falta de recursos financeiros. Acho muito melhor do que encher sua equipe dos famosos "bom, bonito e barato" que não rendem nada e de tão "rodados" não conseguem mais criar identificação com clube nenhum, diferentemente, da garotada que pode se motivar na  oportunidade de "vingar" no futebol. O Goiás, por outro lado, optou pelo "bom, bonito e barato" e tem um elenco limitado formado por ex-jogadores em atuação. Se permanecer assim, dificilmente, não voltará a jogar às terças.

Ponte Preta, Portuguesa, Náutico e Bahia são incógnitas ainda, mas com fortes chances de queda. Flamengo e Vasco são tão opostos, no entanto, tem rendimento semelhante. O Vasco está desde o final do campeonato passado em decadência. Não fosse os pontos conquistados no início daquele ano estaria hoje na série-b. Sua campanha ridícula do carioca só aumentou as incertezas da torcida. A contratação de Paulo Autoriori renovou as esperanças, mas precisa urgentemente de jogadores para se manter livre das chances de rebaixamento. Até agora só conseguiu pontuar em casa, o que é um péssimo sinal. O Flamengo consegue, apesar da situação financeira melhor, está pior ainda. Elenco fraco, sem técnico e sem objetivo. Claro que ainda dá tempo de muita coisa acontecer, mas o clube ainda não sabe o que quer. Contratações sem nexo inundam a Gávea. E lá vem mais uma se concretizar a vinda de Mano Menezes. 

Botafogo e Coritiba se destacam nesse início tão confuso. O alvinegro carioca se conseguir manter o elenco do carioca tem chances de figurar sempre nas primeiras posições. Pensar em título é mais complicado. Há alguns anos que começa bem o Brasileirão e depois não consegue dar prosseguimento. Vai precisar jogar muita bola para motivar sua torcida a pensar em ser campeã. O Coritiba tem Alex e nada mais. Time esforçado. Forte no Couto Pereira. Invicto. E sem elenco para disputar campeonato de ponto corrido. Pode se começar a pontuar fora de casa brigar por uma vaga na Libertadores. 

Deixei o Santos por último porque gostaria de fazer uma pergunta: onde foi parar o dinheiro da venda de Neymar? Com esse time tem duas opções: brigar para não cair e ocupar a parte neutra da tabela. O que vai ser um choque para o torcedor acostumado a "era Neymar". Gabigol e Neilton não são os novos meninos da Vila. Arouca está sobrecarregado e sem foco. Edu Dracena e Durval não vão dar conta de tanta bola na área. Cícero e Willian José precisam deixar de ser promessa.

Enfim.. essas são minhas impressões após as 5 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro 2013. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

o Campeão voltou!

Na metade do segundo tempo eu já estava imaginando como seria essa minha coluna de hoje. Imaginava uma coluna brilhante, cheia de hipérboles ou com poemas alexandrinos com rimas raras e brilhantes. Imaginei um texto rodrigueano, cheio de personagens surrealistas, prenhes de paixão e loucura pelo Fluminense, mas o chute do camisa dez do Coritiba acabou com meus delírios.
Não acabou no entanto, com meu otimismo. O Fluminense jogou muito bem, atacando com velocidade e variação. Uma hora pelas pontas e em outros momentos em triangulações pelo meio. Rahyner mais uma vez foi o melhor do Tricolor. Nem tanto pela técnica, quase nenhuma, mas pela garra, vontade e espírito guerreiro. Sóbis teve sua melhor atuação na temporada e valeu também a insistência do técnico Abel na jogadinha de bola parada com o Carlinhos na primeira trave. Depois de algumas tentativas em jogos anteriores, ontem o lateral (que jogou muito bem e poderia ter marcado o segundo gol numa bola cruzada) fez o gol tricolor.
O resultado de 2 x 1 para o Coritiba foi injusto. O Fluminense tomou conta do jogo mas perdeu gols feitos e a história ensina que “quem não faz, leva”! O Fluminense perdeu na realidade para o Meia Alex, que achou um caminho diferente para lançar Robinho que só teve o cuidado de dar um leve toque na bola para marcar o primeiro. E no segundo, um chute muito forte surpreendeu o nosso bravo goleiro Berna, que já havia feito duas defesas importantes em chutes de Alex. 
Fred fez muita falta ontem. com ele em campo o Fluminense teria ganhado o jogo, com certeza. 
Enfim... perdemos. Mas as perspectivas são muito boas. O Fluminense voltou a jogar bem, e se permanecer assim, pelo menos a volta às Libertadores está assegurada.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Neymar



E, finalmente, acabou a novela. Neymar se transferiu para o Barcelona. O clube catalão pela estrutura que montou para recebê-lo deixou claro que sabe do seu potencial, diferentemente, de parte da imprensa brasileira e de alguns torcedores que teimam em não reconhecer seu talento. Neymar é craque e ponto final. Não é Pelé. Não é Maradona. Não é Messi. Não é Ronaldo. Não é Ronaldinho. Neymar é Neymar. 

Para mim não precisa provar mais nada. A síndrome de inferioridade do brasileiro é ridícula. Essa mania de só valorizar o que vem de fora é patética. No jogo Brasil x Inglaterra o atacante inglês Rooney foi tratado como astro. Vários torcedores brasileiros confessaram que foram ao jogo para vê-lo, em detrimento aos nossos jogadores. Entendo que para vencer determinados prêmios é imprescindível que esteja jogando na Europa em função da visibilidade, mas isso não é critério de qualidade por si só. Não foi empecilho, por exemplo, para o atacante santista ser reconhecido internacionalmente. Jogando no Brasil Neymar mobilizou mais de 65 mil pessoas para vê-lo se apresentar. Isso sem falar em outros milhares que acompanharem via web sua chega à Barcelona.

Sinto que não vai demorar muito para ocupar o lugar de melhor jogador do mundo. E ficará, cada vez mais, distante de nós. Apesar de muito jovem e viver intensamente sua juventude é muito bem orientando, então acredito que apresenta as qualidades necessárias para trilhar uma carreira vitoriosa na Europa. Talvez, só volte ao Brasil em período de férias para disputar as famosas partidas de final de ano. E aí você torcedor que foi ao Maracanã para ver o Rooney vai se matar para assistir esses jogos insignificantes. 


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Arte nas Ruas - #Anarkia Boladona


Anarkia Boladona, é uma grafiteira brasileira nascida e criada no subúrbio do Rio de Janeiro. Formou-se na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas sua arte tem influência, da pichação, nicho underground habitualmente dominado por homens.

Artista de rua ativista nascida em 1981 no Rio de Janeiro como Panmela Castro. Seu trabalho aborda de uma forma autobiográfica as relações estabelecidas a vivencia na rua e a crítica cultural feminista.

Pensando em provocar e polemizar através do processo artístico de convivência com a rua as verdades instituídas por nossa sociedade patriarcal, em especial em relação ao corpo feminino, à sexualidade, à subjetividade, analisando as relações de poder. Retirando a possibilidade restrita da concepção da produção de obras e colocando a arte como o próprio estilo de vida. Assim sua vivencia pessoal, as suas intimidades, as atitudes, as escolhas por caminhos não convencionais e o seu diálogo com a rua seriam o processo mais importante: A obra em si. Possuí um trabalho efêmero, pois coisas fixas e pertinentes não são suficientes para a sua ansiedade e não correspondem as necessidades de entendimento do mundo em que vive.

Anarkia criou em 2008 o "Grafiteiras Pela Lei Maria da Penha", um projeto que usa o graffiti e cultura urbana para combater a violência contra as mulheres. Através deste projeto, realiza junto com outras grafiteiras uma campanha para educar as mulheres desfavorecidas sobre a recentemente aprovada Lei Maria da Penha, uma importante nova lei sobre a violência doméstica da constituição brasileira. Para promover os direitos das mulheres, Anarkia aventurou-se em favelas do Rio de Janeiro dialogando com mulheres e meninas que agora estão informadas dos seus direitos, e produzindo murais com mensagens sobre os direitos das mulheres e a lei. Junto com o grupo que se formou durante o projeto, Anarkia fundou a Nami rede feminista de artistas urbanas  que pensa e discute a situação da mulher na sociedade, realiza projetos sociais e usa a arte como um instrumento de transformação cultural. Suas integrantes acreditam que podem tornar o mundo um lugar melhor, usando grafite para uma mudança social positiva.

Além de estudar na prestigiada Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Anarkia conquistou lugar como uma das figuras mais importantes do graffiti Brasileiro através de sua arte com consciência social. Hoje, Anarkia promove sua missão em diferentes lugares do mundo compartilhando sua visão através de palestras, exposições e workshops hospedado por festivais, fóruns e conferências como das Organização das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos,da Fundação Rosa Luxemburgo, La Família Ayara, Festival Manifesto, FASE e Caramundo. Além de produzir murais e expor em diversos países, Anarkia recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos, incluindo o Prêmio Hutúz, como grafiteiro da década em 2010 e o Vital Voices Global Leadership Awards na categoria de direitos humanos, entrando assim para o grupo de seletas homenageadas como a Presidente do Chile Michelle Bachelet, a pioneira antitrafico de mulheres Somaly Mam, a premio Nobel Laureate Muhammad Yunus, e a secretária dos Estados Unidos Hillary Clinton. Em 2012 foi homenageada pela Diller Von Furstenberg Family foundation com o DVF Awards da famosa estilista Diane Von furstenberg junto de outras mulheres como Oprah Winfrey e entrou para lista da revista Newsweek  como uma das 150 mulheres que estão "Bombando"no mundo.

Anarkia continua ativa intervindo em toda a cidade e através de participação em manifestações públicas, seminários e projetos sociais.9 O seu trabalho político social é a grande inspiração para seu trabalho artístico que matem como tema principal a questão das mulheres e o feminismo.

www.panmelacastro.com/‎

terça-feira, 4 de junho de 2013

Estratégia e técnica para derrotar o adversário


Não sou especialista em MMA, mas já desconfiava que o nosso lutador Pezão não seria páreo para Cain Velasquez outra vez. O atual campeão dos peso-pesados tem muito mais técnica que o nosso lutador brasileiro, que preza somente pela força física e garra na hora do combate. Pezão deveria ter estudado mais seu adversário, como Cain fez contra nosso ex-campeão Cigano na revanche que teve direito.

            Falando em Cigano, nosso lutador terá outra oportunidade de conquistar o cinturão. Dana White, dono do UFC, já declarou que Cigano é o próximo desafiante de Velasquez. Será o terceiro combate entre ambos para definir quem será o atual campeão dos peso-pesados do UFC.

No primeiro confronto entre eles tivemos uma rápida vitória de Cigano, que nocauteou Velasquez ainda no primeiro round. O mexicano havia declarado que se descuidou e que da próxima vez não aconteceria isso novamente. Dito e feito. Após essa derrota, Cain foi vencendo todos os seus desafiantes e mereceu outra oprtunidade de disputar o cinturão.

No segundo confronto Cigano argumentou que não estava bem psicologicamente. E foi isso mesmo que aparentou durante a luta. Velasquez dominou todos os 5 rounds e massacrou Cigano que, mesmo apanhando muito, não foi ao chão uma vez se quer. É incrível como o nosso brasileiro é resistente aos golpes. E, como ele havia declarado na última derrota contra o brasileiro, Velasquez não vacilou e lutou com uma técnica impressionante. Ele evitou ao máximo confronto direto com o Cigano, que é especialista em boxe, procurando sempre levar a luta ao chão o maior tempo possível.


Estudar o adversário é importantíssimo na maioria dos esportes, seja no futebol ou no MMA. O terceiro combate entre Cigano e Velasquez será um dos melhores confrontos do ano. Ambos os lutadores são muito técnicos e possuem uma força absurda. Quem vencer esse combate se tornará, na minha opinião, o melhor lutador de peso-pesado da história do UFC.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A passividade dos Cariocas


No final de semana houve um novo aumento das passagens de ônibus do Rio de Janeiro. Chegamos agora ao absurdo de pagar R$ 2,95 para viajar em ônibus lotado, sem conforto algum e segurança. Talvez o pior disso tudo não seja o valor da passagem, mas a passividade como nós, Cariocas, aceitamos tais reajustes.

Em Goiânia a população foi protestar nas ruas. O aumento da passagem de ônibus deles foi bem maior do que a nossa, saltou de R$ 2,70 para R$ 3,00. Mesmo que fosse um aumento de 5 centavos, é correto a população mostrar nas ruas sua indignação com o reajuste. Devemos reclamar sempre os nossos direitos e achar absurdo qualquer mudança que vá de contra o que achamos ser correto.

Nosso prefeito e governador não querem saber da qualidade do transporte público. Eles se preocupam apenas como isso vai afetar o trânsito dos carros de passeio da zona sul, que é onde se concentram os turistas e onde mora a elite Carioca. A decisão do prefeito Eduardo Paes de retirar de circulação as vans da zona sul, após o lamentável episódio do estupro, visa apenas em preservar a identidade física dos turistas. Se, por um acaso, a vítima do estupro tivesse sido uma moradora da zona norte, não haveria toda a repercussão que teve e as vans continuariam circulando livremente.

O bilhete único e os novos BRTs são excelentes. Nesse ponto tenho que aplaudi-los, mas mesmo com o desconto de se pegar 2 ônibus em 2 horas e só pagar uma passagem, com esse alto valor ficará difícil da mesma forma. Infelizmente nosso salário mínimo é muito baixo e aumentar as passagens todo ano sacrifica muito a qualidade de vida do trabalhador.


Já está na hora de deixarmos de lado nossa passividade e reclamar nossos direitos de pagar uma passagem mais barata, ter mais conforto e segurança nos ônibus e uma frota maior para suprir a ausência que as vans deixaram na zona sul. As vans se foram, mas a quantidade de ônibus não aumentou. É a mesma.