Saudações tricolores!
Li três notícias hoje que mexeram com meu emocional. Uma no jornal
“O Globo” e outras duas no site “Globo.com” que me fizeram voltar a um tema
recorrente em minhas discussões a respeito do futebol: O departamento de
Marketing do Fluminense.
No jornal impresso, a notícia de que o último jogo do Fluminense
contra o Emelec foi recorde de audiência nas quartas de futebol me deixou
entusiasmado! Pensei: Agora vai! Com certeza os dirigentes do Flu vão
pressionar a Globo brandindo índices do Ibope e exigindo, na hora de renovar
contrato, melhores remunerações e tratamento mais respeitoso. Ledo engano... Pelo
computador, a notícia de que os protestos da torcida tricolor contra a Adidas,
fornecedora dos uniformes para o Fluminense estariam azedando as negociações
fez com que meu entusiasmo inicial voltasse ao nível do mar, porque os
dirigentes tricolores ficaram temerosos de que a Adidas se revoltasse com as
manifestações e diminuísse os valores de sua proposta de renovação.
Ora... estão acontecendo coisas que eu não compreendo nesse
departamento de Marketing do Fluminense. O Tricolor está numa fase iluminada e
não estamos conseguindo capitalizar nada. Como é essa história? O Flamengo ruim
das pernas, consegue um contrato milionário com a mesma Adidas que veste o
Fluminense há 16 anos e sempre renovando por uma bagatela e o Fluminense fica com medo de ter seus valores diminuídos????
Tudo bem...podem dizer que a torcida do Flamengo é a maior do
Brasil e tal, mas os valores são discrepantes. Tem alguma coisa errada aí.
O Fluminense não tem lojas nos principais shoppings do Rio apesar
do perfil do torcedor tricolor ser classe média/alta.
Como é que não vai dar lucro uma loja de um time que está na moda;
que está mais uma vez disputando a Libertadores, atraindo manchetes em toda a América
Latina; que em 3 anos foi campeão brasileiro
duas vezes; fez uma campanha histórica, fugindo de um rebaixamento em que as
probabilidades contra eram de 99% e nesse embalo foi campeão brasileiro no ano
seguinte, formando o “Time de Guerreiros”; que foi campeão carioca ano passado
e este ano decidiu o título com o Botafogo; um time que tem um ídolo como Fred,
titular absoluto da Seleção Brasileira e considerado símbolo sexual?
Como é que um time desses, que alavancou a marca Unimed,
tornando-a referencia em saúde privada no Brasil e que antes de patrocinar o
Fluminense pouca gente conhecia, ficando atrás da Golden Cross e Amil não tem
poder de barganha na hora de negociar valores?
Como é que os dirigentes do Fluminense ficam preocupados em perder
o patrocínio da Adidas como se fosse esse o melhor contrato do Brasil? E ficam
receosos de que o protesto da torcida faça a Adidas baixar a sua proposta?
Está na hora dos dirigentes do Fluminense darem um soco na mesa e
gritarem alto, mostrando que o Fluminense não é qualquer timezinho de várzea!
Patrocinadores devem ter orgulho de verem suas marcas estampadas na gloriosa
camisa tricolor! Tenho certeza que a Nike faria uma proposta interessante para o Fluminense, ou mesmo a Olimpikus, já que perdeu a vitrine que o Flamengo oferecia. Será que nenhuma dessas duas gostariam de vestir o Fluminense, atual campeão Brasileiro e um dos favoritos a vencer a Libertadores da América?
A terceira notícia se refere ao acerto já celebrado entre o
Fluminense e o consórcio vencedor para a administração do Maracanã. Ora...uma
das cláusulas do contrato de privatização do maracanã reza que o consórcio
deveria ter um acordo com pelo menos dois grandes clubes cariocas para mandarem seus jogos no Maracanã ou a concessão
seria anulada. Não precisa ser nenhum gênio para ver que isso tudo é um jogo de
cartas marcadas, porque se o Vasco tem estádio próprio e o Botafogo aluga o
Engenhão, só sobraria a dupla Fla x Flu para legitimar essa “ jogada esperta”
da Odebrecht/Eike Batista/AEG. Era a hora dos clubes se unirem e endurecerem o
jogo com os vencedores. Dinheiro não falta. O Flamengo fez a parte dele, se recusando a assinar
qualquer pré contrato ou carta de intenções. O Fluminense, não. Concordou com
tudo e já assinou compromisso com os vencedores. É claro que o Flçamengo vai
assinar, mas antes, vai esperar ver sua assinatura subir de valor, o que poderia
ser feito também pelo Fluminense. Os valores envolvidos na reforma do maracanã
e os da concessão a um grupo privado mostram que dinheiro não falta; era a hora
da dupla fla/flu se darem bem.
Estamos numa época em que o profissionalismo está sendo implantado
à força nos times brasileiros, porque os empresários entraram de sola no vazio
formado pela incompetência dos amadores dirigentes de clubes.
O formato de pontos corridos na disputa do campeonato nacional
obrigou os clubes a se organizarem para reterem seus bons jogadores, a aplicar
melhor os recursos para formarem não um time de futebol, mas um elenco com pelo
menos 15 jogadores de alto nível. Quem não conseguir seu espaço e valorizar sua
marca, vai ficar pra trás, vai dançar.
O fato é que como torcedor do Fluminense, me encontro muito
preocupado com a apatia e subserviência dos dirigentes do Tricolores.
Um comentário:
Também concordo com o que foi escrito aqui. Acho que o departamento de marketing do Fluminense anda deixando a desejar há muito tempo. Ainda não sabemos explorar, por exemplo, a imagem do nosso maior ídolo, o Fred. Quantos produtos personalizados do nosso atacante temos? Acho que nenhum.
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