quinta-feira, 28 de março de 2013

COMENTÁRIOS

Hoje dedicarei meu espaço para comentar a coluna do meu companheiro de Blog, O futuro do futebol carioca, publicada no último dia 22.

Qual é o futuro do futebol carioca?

O futebol carioca vem agonizando há muito tempo. Com os títulos brasileiros de Fluminense e Flamengo e a classificação de quase todos para a Libertadores 2012 tivemos a falsa impressão de que havíamos tomado jeito. O futebol brasileiro, de modo geral, está muito abaixo dos campeonatos mundias de ponta - italiano, espanhol, inglês, alemão etc. E o Carioca muito abaixo de outros regionais.

 A situação do Vasco soa com um alarme para os outros. Não tenho como afirmar que os demais clubes cariocas estejam na mesma situação, pois não conheço suas realidades de perto. Mas, acredito que não estão muito longe do que acontece na Colina, nos últimos anos. Como carioca, amante do futebol  e torcedora do Vasco essa é uma questão que muito me interessa, sendo assim, nas próximas semanas abordaremos esse assunto. Começaremos tratando da falta de público.

Durante os jogos decisivos da Taça Guanabara, vencida pelo Botafogo, se falou muito na falta de público, principalmente, nos clássicos. A culpa, mais uma vez, recaiu unicamente no Engenhão. Muitos culpam sua localização como principal responsável pelo afastamento do público. Fico me perguntando: só se for do público da zona sul.  

Quem vê assim, pensa que o público que enchia o Maracanã era oriundo da zona sul. Se realizassem qualquer pesquisa comprovariam que a maioria era oriunda de outras regiões da cidade, e, nesse caso o Engenhão não fica tão longe assim. Para muitos que vêem da Baixada Fluminense está até mais perto. Então, porque o estádio nunca enche. E chegou a receber o apelido de “Vazião” ou “Enchenão”?  

Concordo que o Engenhão não tem a mística, o charme, o status ou a história do Maracanã. E isso pode afastar um pouco o torcedor, mas não a ponto de registrar públicos completamente inexpressivos para clássicos. Colocar toda a culpa nele é muito fácil. Assim, ninguém precisa refletir sobre os reais problemas. Há muita gente pensando que quando o Maracanã for reaberto teremos casa cheia para assistir Vasco x Olaria ou Flamengo x Resende ou Botafogo x Volta Redonda ou Fluminense x Macaé. Claro que não. 

O outro grande vilão sempre citado é o ingresso caro. Não há como negar que contribuem em muito para a excassez de público. Vasco x Fluminense cobraram de R$ 30,00 a R$60,00. Botafogo x Flamengo de R$ 40,00 a R$ 80,00 em seus últimos clássicos. Isso tudo só para ter o direito de entrar no estádio mais nada, já que o espaço não oferece mais nada ao torcedor. Não temos direito a estacionamento gratuito. Transportes públicos decentes. Opções de alimentação viáveis e que pratiquem preços reais. Assentos confortáveis. Banheiros limpos. Ou grandes exibições dos times em campo. Sendo assim, não há motivos para pagarmos tão caro por um jogo. No entanto, Infelizmente, isso não é exclusividade do Engenhão. 

Contudo, temos que entender que essa será a realidade quando o Maracanã for reaaberto. Ou alguém está pensando que um estádio nos padrões FIFA completamente modernizado irá praticar preços populares. Acordem! Acabou as cadeiras azuis por R$ 5,00. Só que para cobrar caro é preciso oferecer algo. Está mais do que na hora do futebol ser tratado como espetáculo, vide o Basquete ou o Futebol Americano. Para o torcedor sair da sua casa e abandonar aquela tv enorme com imagem HD, informação em tempo real, reprise de diversos ângulos, sofá confortável, comida, banheiro limpo etc. tem que valer muito a pena. Só o prazer de ver seu time ao vivo não basta mais. Precisamos entender que o torcedor de futebol mudou. Não estamos mais nas décadas de 1970, 1980 ou até mesmo 1990 em que os clubes de futebol moviam multidões.

Temos que pensar em maneiras de mudar essa situação. Os programas que buscam transformar torcedor comum em sócios é uma delas, mas não podem ser tratados como única solução. Para fidelizar, de fato, o torcedor será necessário muito mais do que ingressos mais baratos.
O problema é que os times brasileiros, sobretudo, os cariocas citados não têm muito a oferecer a seu torcedor como clube. Sem exceções, todos tem problemas estruturais em suas sedes. Os postos de vendas de ingresso são praticamente os mesmos desde sempre. A venda pela internet ainda é uma vergonha com compra complicada e necessidade de trocar o voucher pelas entradas antes do jogo, então, o máximo que conseguem oferecer é o desconto no preço do ingresso. No entanto, para que seja possível reduzir o valor para o sócio é preciso aumentar o preço do ingresso para o torcedor comum. A balança torcedor comum x sócio fica, cada vez mais, desnivelada. Olha ai mais um problema que nasce.

Por hoje é só. Semana que vem retomamos.












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