Também não gostei da eleição do
pastor Marco Feliciano para o cargo de presidente da Comissão de Direitos
Humanos mas fico espantado com a mobilização pública para a sua destituição do cargo. Empregam tanta energia nesse caso e se
esqueceram repentinamente de combater a corrupção e roubo escancarados de políticos
que até há bem pouco tempo eram os “demônios” da vez. Será que só temos inteligência
para combater um caso de cada vez?
Toda essa polêmica só tem feito,
na realidade, tornar conhecido o obscuro Partido Socialista Cristão. O pastor
Everaldo, que comanda a bancada evangélica do PSC, já faz planos de se
candidatar à Presidência da República, pasmem! Não será eleito, claro, mas
contabiliza receber cinco milhões de votos o que será suficiente para torná-lo
um aliado de peso na definição do vencedor. E nesse tipo de coisa, barganha política,
a bancada evangélica é eficientíssima! Quanto mais polêmica, portanto, melhor
para eles.
Estratégia mais eficiente está
usando o PSOL, que entrou com uma representação contra o pastor Marcos
Feliciano na Comissão de Ética da Câmara, baseado em fatos concretos de
manipulação do dinheiro público com fins privados. As acusações são de
assessores pagos pela câmara que atuam em outros negócios de deputado-pastor e
de desvio de verbas para fins privados através de empresas particulares em seu
nome ou de laranjas.
Será que já esquecemos que
deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como José Jenuíno e
João Paulo Cunha foram nomeados pelo seu partido, o PT, para a Comissão de
Justiça?
Esquecemos que na Câmara nada
menos que oito presidentes de comissões como Feliciano estão sendo processados
ou investigados pelo Supremo Tribunal Federal, como mostrou o site “Congresso
em Foco”?
Aliás, desses crimes que está
sendo acusado Marcos Feliciano, um grande número de seus pares, incluindo os
Presidentes da câmara e do Senado também estão sendo acusados. Também enfrentam
ações penais os presidentes das comissões de Finanças e Tributação, João Magalhães (PMDB), que está
com seus bens bloqueados desde dezembro do ano passado por decisão da Justiça
Federal em Governador
Valadares : de Agricultura e Pecuária, o deputado Giácobo
(PR); e de Desenvolvimento Urbano, Sérgio Morais (PTB). Outros quatro
presidentes de comissões são alvo de inquérito no STF: Décio Lima (PT), novo
presidente da Comissão de Constituição e Justiça: Lincoln Portela (PR), que
preside a Comissão de legislação Participativa; Roberto Santiago(PSD), responsável
pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. Há\ também um outro
presidente, este da Comissão de Educação, o Deputado federal Gabriel Chalita
(PMDB) que pode vir a ser processado pelo STF por acusações de ter recebido
propina quando era secretário de Cultura do governo de São Paulo. A saída de Feliciano
é justa, mas, comparada a esses escândalos todos, quase nada mudaria na rotina
do povo brasileiro.
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